É muito bom ter amigos que compartilham alegrias simples do dia a dia. Resolvi iniciar a "conversa" aqui. Por enquanto, vou ser eu a protagonista principal. Não é bem o que eu queria; gosto de saber -e participar- do que outros vivem. Experiências trocadas são sempre preciosas para um enriquecimento interior. Aproveito o espaço para que seja um momento de colocar o foco no que foi (e continua sendo) a raiz de minha personalidade: os antepassados, a herança genética recebida e transmitida.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

"As Exigências do Silêncio"

Do livro de Anselm Grun-

No livro é tratado como os monges colocavam o hábito do Silêncio nos seus programas de crescimento espiritual. O Silêncio é um recurso na luta contra as atitudes falhas.
... Não é uma renúncia passiva às palavras, mas sim um ataque ativo contra emoções e agressões que sentimos em nós.
Um dito dos padres (os santos padres do início do cristianismo; padres, no sentido de pais) nos mostra como pode ser superado o vício da cobiça. O hábito entre os ocidentais de pechinchar, por ex.: o monge pergunta o quanto deve pagar; e paga o que lhe é pedido. Não porque tem muito, mas, para treinar a luta contra sua cobiça. Paga em silêncio.

O Silêncio não elimina a cobiça, mas, a reprime, não permite que transpareça. Em silêncio os monges lutam com sua cobiça e a vencem.

Algo semelhante se dá com nossas emoções, que sempre de novo se manifestam dentro de nós justamente quando os outros nos tratam injustamente. O silêncio ajuda a lidar com as emoções.

...De alguém que sempre era injuriado por causa de sua cor negra, conta-se:

...Os monges, querendo "pô-lo à prova", numa reunião, trataram-no como um "joão ninguém" e disseram: "Para que este etíope em nosso meio?" Ele ouviu isto em silêncio.
Após a reunião, disseram-lhe: "Abade, não ficaste irritado?"
"Sim, fiquei, mas não soube o que dizer".
Ele percebeu, portanto, que não havia chegado ainda ao ponto de não se irritar, mas, permanecendo em silêncio, ele combateu sua irritação. Escapa ao perigo de criar uma grave confusão por não controlar sua palavras.

Este Silêncio não é um deixar-se roer por dentro, que mais tarde pode levar a perigosas explosões das agressões represadas, mas é um meio de enfrentar a excitação interior e de curá-la.

Só quando o silêncio leva também a um silêncio interior é que ele é proveitoso.
Do contrário, pode facilmente resumir-se a uma fachada externa, ao silêncio do orgulhoso que se acha melhor do que os outros, ou ao silêncio do ofendido que remói calado a ofensa que sofreu.

Só aquele que consegue lidar com suas emoções e agressões é que é capaz de praticar o silêncio interior.

"Mas, para chegarmos a ele é um longo caminho, e dificilmente haverá quem atinja a meta nesta vida..."

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