3 da manhã acordo com uma criança chamando pela mãe: Mãnhê, Mããããiii...uma, duas, três vezes... Recordo-me que estou passando dois dias num apartamento da praia.
Barulhos no prédio, conversas, buzinas dos carros na rua...e agora, os gritos de uma criança que, provavelmente, se assustou com algum sonho mau.
Os "barulhos" a que estou acostumada são bem diferentes: um pio de coruja, o balanceio de um galho do abacateiro e, pela madrugada, o gorgeio de muitos pássaros diferentes; aos poucos, entrando pela janela as primeiras claridades do dia. Sensação de participar da natureza...de ser "algo" a mais a contabilizar nesta sinfonia, por estar simplesmente atenta àquele programa de despertar...
"Você precisa se acostumar com tudo...Nem sempre vai encontrar pessoas que respeitam os "direitos" ao silêncio, que deixam de arrastar cadeiras para que o vizinho "de baixo" não seja incomodado, que falam mais baixo quando vivem numa comunidade, que diminuem o volume do rádio ou da TV, que não usam a buzina do carro depois das 10 da noite..." (escuto isto de vez em quando)
Fico pensando nas diferenças das gerações. Sempre achei que as gerações dos meus antepassados não eram livres, porque muito contidas nos seus sentimentos.
Agora imagino que estou entre eles e a outra geração que se considera totalmente livre para expressar o que quer que deseja, "doa a quem doer".
Recebi um email onde "o mestre" budista dizia ao discípulo: "você não vai mudar as pessoas; é preciso viver como as flores - elas tem o perfume, a beleza das cores, independente do lugar onde estejam: veja a flor de lotus que nasce e vive num charco, num lodaçal; e são as mais lindas flores que existem."
Verdade. Acrescentaria mais: ...e procurar ver a beleza de alguma flor
- entre aqueles que de tão distraídos não podem ver -
Curso de Oratória em Salvador
Há 11 anos
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