É muito bom ter amigos que compartilham alegrias simples do dia a dia. Resolvi iniciar a "conversa" aqui. Por enquanto, vou ser eu a protagonista principal. Não é bem o que eu queria; gosto de saber -e participar- do que outros vivem. Experiências trocadas são sempre preciosas para um enriquecimento interior. Aproveito o espaço para que seja um momento de colocar o foco no que foi (e continua sendo) a raiz de minha personalidade: os antepassados, a herança genética recebida e transmitida.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Ver com os olhos da Fé

Hoje, domingo, liguei a tv logo cedo e pude assistir o final da mensagem de D. Orani, arcebispo do Rio de Janeiro.
Dizia (claro que com palavras mais compreensíveis do que estas): Estamos acostumados a olhar para as pessoas, os acontecimentos, através das aparências. Então, a percepção é baseada no que temos de informações, inconscientes ou não.
No evangelho vemos a passagem em que, depois de se admirarem com as palavras de Jesus, as pessoas perguntam: "mas, quem é Ele? Não é o filho de José?".
Em outra ocasião, os seus próprios parentes achavam que Ele estava "fora de si", enlouquecido...As pessoas não viram nele a história da salvação que estava acontecendo...

E, o fato é que esta história da salvação,- que é um desígnio do Amor de Deus para os Homens-, ainda hoje está acontecendo...e não estamos percebendo...
Precisamos enxergar a presença de Deus na história.

Fazer obras de caridade, participar de pastorais, tudo isto é bom. Mas, importante é saber que existe um processo de comunicação e cultura solidária. É a Igreja vendo "o consumismo" -sem demonizamos ninguém-, mas, sermos coerentes, como seguidores de Cristo: perceber o que está à frente...enfim, enxergar a presença de Deus na história, no "irmão que está ao lado", nas circunstâncias que acontecem no dia a dia.

Importante saber que apesar das nossas fragilidade humanas de cristãos, mesmo assim, também estamos fazendo acontecer essa história.

Ver com os olhos da Fé é um dom. Então, vamos pedir esse dom.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Uma palestra na TV Canção Nova

Hoje assiti uma palestra de Padre Ricardo, reitor do seminário de Cuiabá. Sempre que o vejo falando na TV Canção Nova, paro para assistir porque sei que vai ser um momento de crescimento. Ele falou sobre o “mandamento novo “ trazido por Jesus; ou melhor, renovado, melhor explicado e, sobretudo, colocado como “peça importante para a verdadeira felicidade”. Já no Antigo Testamento os israelitas conheciam o “Amar a Deus e ao próximo”, mas, Jesus deu uma luz diferente nesta ordem.
Na última noite em que esteve com seus amigos Ele disse: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Estas palavras: mandamento, felicidade, “como eu vos amei”...O quanto tudo isto precisa ser melhor entendido!!!
Mandamento: aquilo que é “mandado” por Deus. Não que seja obrigado, mas, sem o quê, a criatura não percebe a alegria plena, a felicidade plena. Está sempre “em busca”, “insatisfeita”, “procurando em coisas ou pessoas” a satisfação de sua pseudo necessidade.
...como eu vos amei : isto é, até o fim, dando a vida, morrendo para dar a vida. “Dar a vida?” Como assim? Que vida? Claro, todos estamos vivos, já temos vida. Mas, a Vida da qual Ele fala é a “participação na vida de Deus”, ou seja, a alegria perfeita, a felicidade real.
E de que modo se recebe este presente? “Morrendo” para si mesmo, (olhos e atenção vivendo no outro que está ao lado). Amando, amando... Ah, mas, não sinto nada pelo outro...Melhor ainda. O amor não é questão de sentir; é uma decisão de atuar visando o bem do outro. Morrer para si mesmo tem uma série de decisões: ver o positivo nas situações, “morrer para suas idéias” - numa discussão, não brigar para ter a última palavra, sofrer em silêncio ao ver que não há modo de se fazer entender...para que a discussão não termine em briga- E...muitas mais semelhanças com a personalidade do Cristo.
Padre Ricardo fala sobre um telefonema que recebeu de um seu aluno do seminário. De outra cidade este liga querendo partilhar um acontecimento:
-Padre, lembra-se que eu sentia uma tristeza, um ressentimento em relação a uma pessoa que me prejudicou? Pois, depois que falamos que os ressentimentos prejudicam a nós mesmos, resolvi ir até aquela pessoa e...lhe pedir perdão...
- Você que era o prejudicado?!!
- Pois, nos abraçamos, nos reconciliamos.
- E o que foi que você sentiu?
- À noite quando fui dormir, senti uma sensação de paz estranha: era como se eu estivesse abraçando Jesus na cruz... Era vivíssima a impressão de ter compreendido a felicidade, para os homens, que se originou no sofrimento de Jesus na cruz...
Este “caminho” sugerido por Jesus é para ser trilhado aqui nesta terra. A sensação de já viver no Paraíso também é para desde já. É como experimentar agora a felicidade que vai ser na outra dimensão. Mas, conseguir um modo perfeito, espontâneo, sem reclamar dos espinhos... Aí, então... demanda algum esforço.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

viver em "comunidade"

Não é fácil pessoas conviverem já que somos muito diferentes uns dos outros...

Temos a impressão de que nas comunidades religiosas esta convivência é mais fácil. Mas, puro engano. Vemos sempre que há uma trasnferência para outros "setores" de alguns deles. Parece até como um formigueiro que, de vez em quando, é desmanchado e origina outros em lugares diferentes. Pessoas são diferentes...

O que acontece quando, entre duas pessoas que vivem juntas, existe um bom entendimento???
(Por exemplo nos casamentos).
Um deles está renunciando às suas idéias, seus comportamentos, suas comodidades.
Ou, quem sabe, os dois fazem isso.

Lembrei-me de uma história em que a mulher sempre escolhia as pontas da baguete no café da manhã. O marido cortava alguma outra parte do pão. Certo dia em que não estavam de bom humor, houve uma pequena discussão.
- "...Pois você é muito egoista...Nunca posso pegar a ponta da baguete..."
- " !!! Eu nem gosto deste pedaço - disse a esposa - Corto para mim para deixar que você escolha o que quer !!! (e se pôs a chorar)

!!!!!!!!!! Como é difícil perceber os outros...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A diferença das gerações

3 da manhã acordo com uma criança chamando pela mãe: Mãnhê, Mããããiii...uma, duas, três vezes... Recordo-me que estou passando dois dias num apartamento da praia.
Barulhos no prédio, conversas, buzinas dos carros na rua...e agora, os gritos de uma criança que, provavelmente, se assustou com algum sonho mau.

Os "barulhos" a que estou acostumada são bem diferentes: um pio de coruja, o balanceio de um galho do abacateiro e, pela madrugada, o gorgeio de muitos pássaros diferentes; aos poucos, entrando pela janela as primeiras claridades do dia. Sensação de participar da natureza...de ser "algo" a mais a contabilizar nesta sinfonia, por estar simplesmente atenta àquele programa de despertar...

"Você precisa se acostumar com tudo...Nem sempre vai encontrar pessoas que respeitam os "direitos" ao silêncio, que deixam de arrastar cadeiras para que o vizinho "de baixo" não seja incomodado, que falam mais baixo quando vivem numa comunidade, que diminuem o volume do rádio ou da TV, que não usam a buzina do carro depois das 10 da noite..." (escuto isto de vez em quando)

Fico pensando nas diferenças das gerações. Sempre achei que as gerações dos meus antepassados não eram livres, porque muito contidas nos seus sentimentos.
Agora imagino que estou entre eles e a outra geração que se considera totalmente livre para expressar o que quer que deseja, "doa a quem doer".
Recebi um email onde "o mestre" budista dizia ao discípulo: "você não vai mudar as pessoas; é preciso viver como as flores - elas tem o perfume, a beleza das cores, independente do lugar onde estejam: veja a flor de lotus que nasce e vive num charco, num lodaçal; e são as mais lindas flores que existem."

Verdade. Acrescentaria mais: ...e procurar ver a beleza de alguma flor
- entre aqueles que de tão distraídos não podem ver -

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

a maravilha que é A Vida !

Há que se olhar todas as flores...
Mesmo assim, uma ou outra vai passar despercebida...
O tempo (essa invenção do nosso planeta) distrai a atenção
e "aquela flor" só "passa pela vista"...só "passa pela vida"...

Nem que se queira parar e voltar para ver...
não dá mais tempo, não é mais a mesma coisa...
a sensação sentida é outra, diferente,
quem sabe também vai valer a pena...

domingo, 10 de janeiro de 2010

Recomeçar

Que bom que há sempre um outro dia...o que não foi bem escolhido, pode ser mudado; o que faltava para uma tomada de consciência, pode ser retomado; se faltou agradecimento, pode ser consertado, feito com mais entusiamo, mais consciência da realidade.

E, o importante: existe sempre o tempo certo para tudo...Na verdade, o que não foi feito ontem, vai ser realizado no hoje de um jeito muito mais correto, com mais propriedade.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Os nossos julgamentos...

Quando estou em frente a uma pessoa, é impossível julgar o que quer que seja sobre ela. Posso dizer que é antipática porque não sorri, orgulhosa, porque não me viu, ou simpática porque sorri para todos, bonita porque está bem vestida, inteligente porque fala bem, bondosa porque atende com presteza a todos...e...e...

Mas, são impressões que meu cérebro registra e compara com outras situações já vividas por mim... E o cérebro conclui baseado em sentimentos, necessidades, expectativas da minha personalidade...

"Bom Senhor", -assim começou alguém, no Evangelho, quando queria perguntar algo a Jesus. Ele interrompeu: "Só Deus é bom!"
Todos somos bons e maus, temos a bondade de Deus em nós, e também a maldade própria do animal Homem. Só que a bondade é de Deus em nós, (se tivermos "a sorte" de sentir, por pura gratuidade do Senhor). E temos a impressão de que somos Tão Bons !!!

Mas, o que é mais incrível; Deus nos ama do jeito que somos.
Qual o pai que ama mais o filho bonzinho do que o filho que dá trabalho? Até, pelo contrário, faz mais esforço para recuperar aquele que dá trabalho.


E, então? Humildade, humildade, humildade - palavra mágica que significa: consciência de si próprio.

A nossa vida!

Que mistério é esta vida !!!

Na verdade, para matemáticos, cientistas, não parece tanto. Quando vejo em algumas pessoas a "certeza" de que tudo se processa "segundo seus cálculos", percebo o quanto podemos nos iludir. Ninguém tem condições de "ver" de forma total, tudo o que está à frente: pessoas, coisas, acontecimentos...É uma visão parcial.

Cada qual vê conforme um determinado ponto de vista que lhe é mais conhecido. Quando estou à frente de alguém, tenho uma impressão específica - depende de muitos registros que possuo em meu inconsciente. Se conheço música, por ex., e estou à frente de um pianista, posso julgar sua performance, segundo certos critérios que me parecem importantes. Mas, tudo isto é sempre um julgamento parcial.

O matemático está com a atenção na "lei matemática" e que lhe parece certa, imutável. Quando acontecem causas que modificam as leis, como nas enchentes, na quantidade de chuvas, "não esperadas", então todos ficam atônitos...

Enfim, volto ao meu primeiro critério de visão desta vida, dos terráqueos, dos humanos: somos limitados, e qualquer progresso tecnológico ainda não vai conseguir dar as respostas: quem somos? para onde vamos? quem é o Criador? O inicador desta aventura tão grande !!! Eu me vejo como uma formiga subindo pelo tronco de uma árvore tentando descobrir o que é aquilo, para onde vai dar...

Claro, existem leis específicas regendo todo o Universo. "Leis matemáticas" dizem os matemáticos, "leis espirituais", (ou psíquicas, conforme os especialistas na área). Só que podem ser modificadas pelo Autor...

As mentes não estão com o foco no Regente, no Criador. "É o mesmo que se colocar o foco no recipiente que recebe a água que vem da fonte, mas, não olhar para a Fonte de onde vem a água". (palavras de Bento XVI no dia 1º do ano)

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Primeiro dia de 2010

"Se quiser promover a Paz, preserve a criação" (palavras do Papa -em nome da Igreja-)

Existem 2 extremos: Ecocentrismo- a ecologia à frente do Homem
e Egocentrismo- o Homem no centro de modo egoista
Proposta da Igreja:
Ecologia - o Homem respeitado enquanto parte da criação, mas, também responsável por toda a criação, por toda criatura (conforme está no Gênesis); o Homem vivendo em harmonia com a criação.

Deus assumiu uma face humana. Em Jesus está a sua manifestação.Jesus mostra aos Homens o rosto de Deus para que possam caminhar no caminho da Paz.

As faces das crianças são reflexos da visão de Deus no mundo. (Em alguns lugares) vemos as faces marcadas pela fome, pela doença, pelo desespero...São um apelo à nossa responsabilidade - Diante disso desmoronam todas as razões para a guerra.

Somente se temos em nós a visão da face de Deus é que podemos ver "no semelhante" o irmão.
A importância da educação para a Paz - Desde pequena é importante a criança ser educada para o respeito ao outro. A importãncia de uma educação para a Paz.



Esta educação pode principiar pela atenção aos seres vivos: animais, plantas..Os animais tomam o lugar dos humanos para que se aprenda o respeito que vai acontecer mais tarde sobre quem está ao lado. E...perceber que todo ser vivo "fala" de alguma maneira...É só aprender a "escutar"...